POR QUE EXISTE O MAL NO MUNDO? 1ª parte

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O problema do mal

Provavelmente esse é o tema mais controvertido dentro do cristianismo é pode ser resumido da seguinte forma: se Deus é Bom e Onipotente por que permite a existência do mal? Uma outra forma comum de apresentar a mesma questão é: por que pessoas boas e/ou inocentes sofrem? 

Essa questão é muito usada pelos ateus para atacar o cristianismo. E também gera muito desconforto para os próprios cristãos, quando notam algum tipo de sofrimento que parece injusto.

Não é fácil dar uma resposta simples ao problema do mal. Mas, isto não quer dizer que devemos fugir dessa questão pois ela é parte importante do “desafio de ser cristão”. Então, vamos enfrentar essa questão. 

O argumento contra o cristianismo

Quem ataca o cristianismo argumenta que a existência do mal somente pode ser explicada por uma das três seguintes alternativas:

  • Deus não existe.
  • Ele não tem poder para impedir que o mal ocorra (não é onipotente).
  • Deus pode mas não quer eliminar o mal (não é bom).

Se qualquer uma dessas alternativas fosse verdadeira, o estrago para a fé cristã seria terrível. Mas felizmente esse raciocínio é errado. Há outra alternativa para explicar a existência do mal. E ela é simples: Deus pode ter uma boa razão para permitir que o mal exista. 

A razão 

O livre-arbítrio é a liberdade que o ser humano tem para fazer suas próprias escolhas, mesmo que elas não agradem a Deus. E Ele não pode dar o livre-arbítrio para o ser humano e ao mesmo tempo pré-programar as escolhas que o ser humano faz. Isso não teria lógica e não pode ser feito.

Pode parecer estranho dizer que Deus não pode fazer determinada coisa. Afinal, Ele não é onipotente? Na verdade, tal atributo quer dizer que Deus pode fazer qualquer coisa lógica. E vou dar dois exemplos de coisas que Deus não pode fazer por não serem lógicas.

Ele não pode se suicidar pois é um Ser eterno, não tem início (nascimento) ou fim (morte). Deus também não pode criar uma pedra que Ele mesmo não possa levantar por ser pesada demais. 

Agora, é importante lembrar que Deus conserva o poder (capacidade)  para acabar com o livre-arbítrio e passar a pré-programar o ser humano, se assim decidisse. O livre-arbítrio é uma concessão d´Ele ao ser humano e não afeta sua onipotência.

Portanto, é por causa do pecado livremente praticado pelo ser humano que o mal existe. Mas os responsáveis por esse mal são os próprios seres humanos por conta das suas escolhas. Deus não tem qualquer responsabilidade. 

Nesse ponto, é preciso discutir outra questão importante: por que Deus deu o livre-arbítrio para o ser humano? A resposta é simples: Ele quer ser amado voluntariamente porque somente o amor livre e voluntário tem valor.

Para comprovar isso, basta que você pense como gosta de ser amado pelas demais pessoas: de forma livre ou por obrigação? Acredito que prefira ser amado de forma voluntária. E Deus também.

E para que o amor seja livre o ser humano precisa ter o direito de escolha, o livre-arbítrio. Concluindo, o livre-arbítrio é uma necessidade lógica do desejo de Deus de ser amado livremente.  

E o resto?

Já expliquei, acredito, a maior parte do sofrimento humano, ou seja aquele causado pelas próprias pessoas devido às suas escolhas erradas, fruto do egoismo, inveja, ciúme, etc.

Mas, essa argumentação não contempla todas as situações em que o mal aparece. Por exemplo, como explicar o mal causado pelos desastres naturais (terremotos, furacões, tsunamis, etc) que não depende das escolhas humanas?

As respostas para essa e outras questões importantes serão discutidas na continuação deste post, a ser publicada daqui há dois dias.

Com carinho

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