O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO

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Sem dúvida, A eleição de Donald Trump para Presidente dos Estados Unidos foi vista com grande espanto pela opinião pública mundial. As pessoas ainda se perguntam como foi possível que Trump fosse eleito. Afinal, ele é um político racista, machista, com passado pouco recomendável e defensor de políticas públicas irresponsáveis. 

Mas, os analistas políticos têm sido unânimes em apontar um fator preponderante para esse resultado. Há uma enorme insatisfação de boa parte da população americana, especialmente dos brancos com baixo nível de educação. Esse grupo viu seu padrão de vida ser muito corroído por causa da globalização. Isso porque os empregos industriais menos qualificados migraram para outros países onde a mão de obra é mais barata. E uma enorme região do centro-norte dos Estados Unidos é chamada de “Cinturão da Ferrugem” por ser um verdadeiro cemitério de fábricas e cidades.

Sem dúvida, o mesmo fenômeno também pode ser notado no Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales). E essa situação ficou evidente quando esse país votou por sair da União Européia. Mas, o gatilho da insatisfação ali foi um pouco diferente. O que moveu as pessoas foi o medo da invasão de imigrantes vindos de países mais pobres e com culturas bem diferentes.

O tal “mal estar” está levando as pessoas a fazerem escolhas erradas, que vão ter consequências sérias para seu futuro. E já vemos os mesmos movimentos acontecendo em países do leste europeu, na França e na Itália. 
Sem dúvida, o mesmo “mal estar” social também pode ser notado aqui no Brasil, embora as causas sejam um pouco diferentes. Aqui os problemas são recessão, corrupção, a péssima qualidade dos serviços públicos, inclusive educação e saúde, e  a violência. Por isso cerca de 40% do eleitorado brasileiro – a soma das pessoas ausentes da eleição e das que votaram em branco ou nulo – não quis fazer uma escolha na última eleição presidencial. 

Além disso, outros sinais do mesmo fenômeno são a súbita notoriedade de políticos que defendem agendas radicais e a verdadeira guerra de opiniões nas redes sociais. A troca de ofensas pesadas tornou-se coisa frequente no debate político em nosso país. 

O fenômeno do “mal estar” social
Sigmundo Freud, o pai da psicanálise, foi o primeiro cientista social a analisar o fenômeno do “mal estar” social. Ele escreveu um livro, que ficou famoso: “O mal estar na civilização”.
Freud ensinou que o tal “mal estar” é fruto das tensões sociais causadas pela necessidade do ser humano conter seus piores impulsos. Sem fazer isso, torna-se impossível viver em sociedade.
Sem dúvida, esses impulsos negativos ficam mais fortes quando há insatisfação com o estado de coisas. E isso aumenta o conflito interno nas pessoas. Um lado as empurra para agir de forma agressiva e destrutiva, por causa da insatisfação. Mas, o outro pede contenção porque é preciso não levar a sociedade ao caos.
Esse conflito ficou claro na greve dos caminhoneiros de maio de 2018. No princípio, a greve foi muito apoiada pela população, que encontrou nesse movimento uma forma de protestar. Mas, à medida que o caos foi se instalando, as pessoas acordaram para o estrago que estava sendo feito na economia. 
A visão cristã
O cristianismo lê esse ensinamento de Freud como uma confirmação da sua doutrina: o ser humano tem tendência a praticar o mal. Segundo a Bíblia, se formos deixados por nossa conta, acabaremos por pecar.
Mas, Freud e a doutrina cristã divergem na fórmula proposta para lidar com o “mal estar” social. Freud sugeriu que o caminho é investir na educação e no uso de procedimentos psicanalíticos. O objetivo dessas ações é levar as pessoas a se conhecerem melhor e aprenderem a lidar com seus conflitos.
O cristianismo, embora não seja contra a educação ou a psicanálise, entende que elas não bastam. É preciso mais. Uma mudança interior – a metáfora usada é “nascer de novo”. E isso só pode ser conseguido com a ação do Espírito Santo. E Ele que convence as pessoas dos seus erros e as ensina os caminhos certos. É o Espírito Santo que leva as pessoas a ficar mais próximas de Deus.
Para a doutrina cristã, o “mal estar” na civilização” deve-se essencialmente à ausência de Deus nas vidas das pessoas (veja mais: 1, 2 e 3).E quanto mais falta Deus faz, mais esse “mal estar” aumenta.
Soluções desesperadas, como eleger políticos messiânicos, como Trump, fechar as fronteiras do país para imigrantes pobres, ou protestar de forma  violenta não adiantam nada. Elas só pioram as coisas. Geram um alívio de curto prazo – permitem uma catarse – e depois o “mal estar” volta. Isso ficou bem claro, depois da eleição de Trump, pois a sociedade norte-americana está cada vez mais dividida.
Enquanto a sociedade humana não entender que a solução está em Deus, esse problema infelizmente não vai ser resolvido.
Com carinho 
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