A existência de Deus pode ser comprovada através do acúmulo de evidências da sua ação no nosso universo. Essa é a metodologia usada pela polícia e a justiça para encontrar o culpado de um crime para o qual não houve testemunhas – investigadores/as e promotores/as juntam um conjunto de evidências (amostras de DNA, impressões digitais, álibis, etc) que, no seu todo, acabam por incriminar determinada pessoa.
Já apresentei neste site outras duas evidências para a existência de Deus (veja aqui e aqui) e hoje vou apresentar um terceira, também muito importante: a existência de um “ajuste fino” do universo para permitir a existência de vida na terra.
O “ajuste fino” do universo
A vida na terra – vegetal e animal (incluindo os seres humanos) – somente se tornou possível pela existência de determinadas condições bem especiais.
Por exemplo, na superfície do planeta Mercúrio não há vida possível, pois se trata de local muito quente. De igual forma, em Plutão também não pode haver vida, pois esse “planeta” é frio demais. Já a temperatura na superfície da terra varia numa faixa aceitável para a vida e isso acontece porque a terra está posicionada no local exato – nem muito perto e nem muito longe do sol.
Esse é um exemplo simples de circunstância favorável que permite a existência da vida. Mas há centenas de outras circunstâncias, semelhantes ao nível da temperatura da superfície da terra, que também precisaram existir para que a vida aqui fosse possível.
Para você entender melhor o que estou dizendo, imagine que exista um enorme painel com centenas de “controles” do universo, sendo que cada “controle” permite ajustar o valor de um único parâmetro relacionado com a vida na terra (um deles seria a temperatura na superfície de nosso planeta). O “ajuste fino” obtido pela manipulação incontáveis “controles” é que garante a viabilidade da vida aqui.
Vejamos dois outros exemplos de “controles” que precisam ser ajustados para permitir a vida na terra. O primeiro deles é a chamada “força nuclear fraca”, uma das quatro forças fundamentais da natureza. Essa é a força que mantém os elétrons de cada átomo girando em torno do respectivo núcleo (formado por prótons e nêutrons). Sem a força nuclear fraca, os átomos não teriam estabilidade e a matéria não teria sido formada e, portanto, a vida não poderia existir.
Agora, se a magnitude dessa força variasse muito pouco – apenas o equivalente uma unidade em relação a um número gigantesco (o algarismo 1 seguido de 100 zeros) -, os átomos não conseguiriam existir. Incrível!
O segundo exemplo tem a ver com o ritmo da expansão do universo que teve início com o chamado “Big Bang” (a tal expansão rápida de um “ovo cósmico” de matéria que deu origem a tudo que existe). Se tivesse havido uma variação muito pequeno nesse ritmo de expansão – equivalente a uma unidade em relação a um número mais gigantesco ainda (o algarismo 1 seguido de 120 zeros) -, as estrelas e os planetas não teriam conseguido se formar.
Imagine a precisão que foi necessária para “ajustar” ao mesmo tempo o valor da força nuclear fraca e o ritmo da expansão do universo. E não se esqueça que foram necessários centenas de outros “ajustes” tão sensíveis quanto esses dois para que a vida se tornasse possível.
Não há discussão entre os/as cientistas sobre a existência desse “ajuste fino” – ele é chamado (em linguagem científica) de “princípio antrópico”. A discussão que existe é quanto ao que permitiu esse “ajuste” ocorrer. E há duas explicações principais que costumam ser usadas: a primeira delas é o acaso e a segunda é o planejamento de uma mente superior (Deus). Vamos ver isso mais de perto.