Outro dia conversava com um amigo sobre como Deus pode usar o sofrimento humano para levar a pessoa até Ele.
A conversa começou com a discussão sobre as razões porque algumas pessoas se recusam a aceitar Jesus Cristo como seu Salvador pessoal. Por mais que seja mostrado para elas a importância dos ensinamentos de Jesus e as consequências de não aceitar a Graça de Deus que Ele corporifica, ainda assim elas não se convencem. Por que isso acontece?
Penso que há várias razões para essa resistência. Uma primeira possibilidade é as pessoas desconfiarem do cristianismo por causa do mau exemplo que vários líderes cristãos têm dado ao longo da história. Outra possibilidade é que as pessoas não tenham recebido boas explicações sobre os ensinamentos cristãos. Nesse caso simplesmente as pessoas não entenderam bem a doutrina cristã, o que Jesus ensinou.
Mas existe uma terceira possibilidade que eu gostaria de discutir aqui. Na minha experiência essa talvez seja a razão mais comum para a rejeição do cristianismo: o desconforto por precisar mudar. As pessoas sabem que, ao aceitar Jesus, entrarão num processo de mudanças que afetará sua forma de ver o mundo e também seus hábitos de vida – a fé cristã verdadeira sempre gera esse tipo de consequência.
Afinal, mudança real e permanente sempre envolve algum tipo de perda – é preciso desistir de alguma coisa para colocar algo novo no lugar. E as pessoas aceitam entrar num processo de mudança quando acreditam que o ganho a ser obtido por conta da mudança irá compensará as perdas. Por exemplo, a perda do prazer de fumar será compensada pelo ganho de uma saúde melhor.
Ocorre que muitas vezes as perdas relacionadas com as mudanças trazidas pelo cristianismo têm custo alto demais e assim as pessoas decidem continuar como estão. Em outras palavras, os hábitos que precisam ser abandonados – por exemplo, vícios, consumo excessivo ou promiscuidade sexual – proporcionam algum tipo de prazer do qual as pessoas não querem abrir mão. Aí essas pessoas preferem permanecer como estão, na sua “zona” de conforto. Simples assim.
É exatamente por isso que a maior parte das conversões a Jesus se dá em meio ao sofrimento – as pessoas decidem mudar porque não dá mais para continuar como estão, quando não aguentam mais os sofrimento. Aí o custo de mudar cai e o benefício gerado pela mudança cresce.
Muitas pessoas só se mostram disponíveis a mudar, a sair da sua “zona” de conforto e abraçar um caminho novo, em meio a grande sofrimento. E o Espírito Santo usa esse tipo de situação para fazer com que as pessoas se aproximem de Deus.
Assim, podemos dizer que Deus, dentro dessa perspectiva, Deus usa o sofrimento humano como uma forma de atrair a pessoa para Ele – faz do “limão uma limonada”.
É claro que seria muito melhor, e tenho certeza que Deus preferiria que fosse assim, as pessoas mudarem quando tudo ainda estivesse bem com elas, simplesmente por serem convencidas que Jesus é o único caminho. Mas infelizmente muita gente não consegue fazer isso, precisa antes passar pelo sofrimento. É assim que acontece na prática.
Com carinho