Certa vez uma adolescente me perguntou se animais podem ser salvos – se há um céu esperando por eles, como há para os seres humanos.
Essa pergunta, aparentemente boba, é significativa porque os animais são muito importantes para muitas pessoas: são seus companheiros de vida e passam a fazer parte da sua família. Daí porque a ideia que tais entes queridos não tenham a possibilidade de uma vida eterna deixa muita gente triste, como a adolescente que me fez a pergunta, dona de um cachorrinho que ela ama de paixão.
Para responder essa dúvida, é preciso entender o que significa ir para o céu ou o inferno, á luz da Bíblia. Trata-se de definir como será o relacionamento de cada ser com Deus na chamada Vida Eterna, ou seja aquela que irá existir após o final dos tempos. O céu corresponde a uma vida junto a Ele, cheia de felicidade e o inferno é exatamente o contrário.
O caminho que cada pessoa irá tomar será consequência direta das escolhas que tiver feito durante sua vida: quem aceitar Jesus como Salvador será salvo, ou seja, irá para o céu. Assim, parece correto dizer que não é Deus quem propriamente coloca as pessoas no inferno e sim elas mesmas, mediante suas escolhas.
Logo, só faz sentido falar sobre decisão entre céu e inferno em relação a seres que tenham capacidade para saber o que é certo e errado e possam fazer escolhas livres.
Uma criança tem capacidade para fazer escolhas, mas não sabe a diferença entre certo e errado, portanto, não é responsável pelas escolhas que faz. Portanto, Deus não vai penalizá-la pelo que fizer errado. Uma pessoa louca nem tem capacidade de saber o que é certo e errado e muito menos fazer escolhas racionais, logo também não será penalizada.
Somente seres humanos em pleno gozo de suas capacidades mentais estão sujeitos a tal tipo de julgamento por parte de Deus.
Vamos ver agora a situação dos animais. Eles não têm capacidade de fazer escolhas livres, pois são movidos pelo instinto. Em outras palavras, não têm consciência moral dos seus atos, no sentido de saber o que é certo ou errado. Eles matam para se defender ou porque precisam comer. Procriam e defendem a prole para garantir a sua descendência. E assim por diante.
Portanto, não faz qualquer sentido dizer que o leão é pecador por matar a zebra – não há como aplicar o mandamento “não matarás” para ele. Simples assim.
Como os animais não têm capacidade para pecar, o conceito de escolha entre céu ou inferno não se aplica a eles. Não faz sentido falar em salvação para um cachorro ou um gato, pelo menos não no sentido que a Bíblia dá a esses conceitos. Animais não podem ser condenados ou salvos, essas são categorias que nada têm a ver com eles.
Isso não significa que os animais estarão privados da Vida Eterna. Acredito – mas isso é apenas uma opinião – que eles terão acesso a uma situação melhor que nesta vida, pois fazem parte da criação de Deus e Ele é bom. Agora, simplesmente não sei como isso se dará, pois a Bíblia nada fala a respeito.
Com carinho